sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Quatro paredes molhadas

Declamo minha poesia
como quem canta uma canção.
Eu leio sobre putas,
que não sabem cantar,
que não sabem declamar.


Entre as paredes dos quartos
os cheiros se misturam
e os corpos se fundem.
E os corpos se fodem.


Mas no silêncio
da madrugada,
da madrugada no banheiro,
descobrimos a puta artista,
descobrimos a puta cantora,
descobrimos a puta poeta.


E elas declamam suas poesias,
entre quatro paredes molhadas,
e elas cantam suas canções,
entre quatro paredes molhadas.


E elas se descobrem artistas em suas vidas vazias.


Kat.



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