Declamo minha poesia
como quem canta uma canção.
Eu leio sobre putas,
que não sabem cantar,
que não sabem declamar.
Entre as paredes dos quartos
os cheiros se misturam
e os corpos se fundem.
E os corpos se fodem.
Mas no silêncio
da madrugada,
da madrugada no banheiro,
descobrimos a puta artista,
descobrimos a puta cantora,
descobrimos a puta poeta.
E elas declamam suas poesias,
entre quatro paredes molhadas,
e elas cantam suas canções,
entre quatro paredes molhadas.
E elas se descobrem artistas em suas vidas vazias.
Kat.
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